Jihadista maliano diz-se culpado diante do TPI
O ex-jihadista maliano, Ahmad Al Faqi Al Mahdi, acusado de autoria e participação na destruição de mausoléus em Tombouctou, em 2012, considerou-se culpado diante do Tribunal Penal Internacional, em Haia. Trata-se da primeira vez que o TPI se ocupa de um caso desta natureza.
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Al Mahdi é o primeiro réu a considerar-se culpado num julgamento por crimes de guerra, no Tribunal de Haia. Esta manhã na abertura do processo, que é já considerado histórico, o ex-jihadista pediu perdão ao povo maliano.
" Peço perdão e peço que me vejam com um filho que se perdeu no caminho. Estou diante vós cheio de remorsos e arrependimentos. Arrependo-me dos meus actos e tenho consciência de todo o mal que provoquei aos meus familiares, aos meus irmão e à minha pátria, a República do Mali", declarou após a leitura da acusação.
Ahmad Al Faqi Al Mahdi é acusado de ter "dirigido intencionalmente ataques" contra nove mausoléus de Tombouctou e contra a porta da mesquita de Sidi Yahia entre 30 de Junho e 11 de Julho de 2012. A acusação afirma que o homem era membro do grupo Ansar Dine, que faz parte do grupo de jihadistas ligados à Al-Qaeda, que controlaram o norte do Mali durante dez meses em 2012. Os jihadistas acabaram por ser expulsos em janeiro de 2013 durante um operação levado a cabo por forças internacionais.
Ahmad Al Faqi Al Mahdi assumiu que na altura estava " sob o controle de um grupo de líderes da Al-Qaeda e do Ansar Dine, e cedi às pressões por eles feitas como uma tempestade de areia".
A acusação, em acordo com a defesa, vai pedir um pena que pode ir dos 9 aos 11 anos, afirmou o procurador.
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