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Somália

"Solução militar" na Somália não basta, defende especialista

O ataque deste domingo a um hotel em Mogadíscio pelo grupo islamita Al-Shabab mostra que "a solução militar" na Somália não basta, explicou à RFI Alexandra Dias, do Instituto de Política e Relações Internacionais da Universidade Nova de Lisboa. A especialista da Somália não critica a eficácia dos 22 mil homens da Missão da União Africana no país (AMISOM), ainda que cada ataque dos Al-Shabab coloque em causa “todos os esforços da AMISOM”.

Les échanges de tirs entre les miliciens shebabs et les forces de l'ordre somaliennes ont duré trois heures à l'hôtel Sahafi de Mogadiscio, le 1er novembre 2015.
Les échanges de tirs entre les miliciens shebabs et les forces de l'ordre somaliennes ont duré trois heures à l'hôtel Sahafi de Mogadiscio, le 1er novembre 2015. REUTERS/Feisal Omar
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Este domingo, pelo menos 12 pessoas morreram no ataque a um grande hotel da capital somali Mogadíscio. O atentado foi perpetrado pelo grupo islmaita Al-Shabab que utilizou um carro armadilhado para abrir caminho para um comando armado entrar no hotel.

Entre os mortos estão um jornalista e um repórter de imagem, que teriam sido apanhados na explosão de um segundo carro-bomba.

Os Al-Shabab lutam para fazer cair o governo somali, tendo já feito vários ataques contra hotéis em Mogadíscio e contra locais associados ao poder ou à AMISOM.

O último atentado do grupo islamita remonta a 21 de Setembro quando pelo menos sete pessoas morreram vítimas da explosão de um veículo armadilhado junto à entrada da Villa Somalia, o complexo altamente vigiado que abriga a presidência e as instalações do primeiro-ministro.

Alexandra Dias, Professora Auxiliar no Instituto de Política e Relações Internacionais da Universidade Nova de Lisboa, alerta que a cada vez que o grupo al-shabab ataca na capital, “sao postos em causa todos os esforços da AMISOM”.

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Alexandra Dias, Professora Auxiliar no Instituto Português de Relações Internacionais da Universidade Nova de Lisboa

Para Alexandra Dias, “não é propriamente a AMISOM que não estará a funcionar”, sublinhando antes que “a grande liçao a retirar da continuidade e da persistência destes ataques [dos Al-Shabab] é que a solução militar não será nunca a solução última”.

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Alexandra Dias, Professora Auxiliar no Instituto Português de Relações Internacionais da Universidade Nova de Lisboa - Parte 2

 

Tentativa de estabilização antes das eleições pontuada pelos ataques dos Al-Shabab

A União Africana está a tentar acelerar a estabilização na Somália e neutralizar os Al-Shabab e outros grupos terroristas, meses antes das eleições de 2016.

A força foi criada em 2007 e conta atualmente com 22.000 soldados africanos, provenientes do Burundi, Djibuti, Quénia, Etiópia e Uganda, ajudando o exército somali no combate contra os Al-Shabab.

Ainda que os islamitas tenham retirado de Mogadíscio em 2011 - e depois, da maioria dos bastiões que controlavam no sul e no centro da Somália - eles conservam, ainda, vastas zonas rurais.

Em Junho e em Setembro, os Al-Shabab tomaram, temporariamente, duas bases da AMISOM, mas a força africana não comunicou nenhum balanço dos ataques. Testemunhas locais relataram várias dezenas de mortos em ambas as partes.

 

 

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