Organizações ambientalistas boicotam G7 de Biarritz
A RAC,(Rede Acção Clima) da qual fazem parte várias organizações não-govermentais francesas e estrangeiras decidiu boicotar a cimeira do G7, que decorre em Biarritz, no sudoeste da França, de 24 a 26 de Agostos. As ONGs justificaram a sua posição para protestar contra a linguagem dupla do executivo francês,no que toca à sua política ambiental. Tal é o sentimento expressado por Samluel Leré, porta-voz da Fundação Hulot, criada pelo antigo ministro da Transição Ecológica francês, Nicolas Hulot. Leré critica a diferença entre o discurso e os actos,em matéria de políticas ambientais, do executivo de Emmanuel Macron.
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Com em pano de fundo a vaga de incêndios que tem destruído superfícies importantes da Amazónia brasileira, o G7, que se reune de 24 a 26 de Agosto em Biarritz, no sudoeste atlântico da França, para além de abordar a questão relativa ao abrandamento da economia mundial, vai igualmente consagrar a sua atenção ao aquecimento climático e as consequências para o mundo em que vivemos.
Emmanuel Macron , tem defendido internacionalmente o acordo climático assinado em Paris no ano de 2015, assim como chamado a atenção para o perigo que a desflorestação da Amazónia representa para o equilíbrio dos ecosistemas mundiais.
Todavia, no plano interno, a sua gestão ecológica de Macron, segundo as as organizações de defesa do ambiente, está em contradição com as medidas, que visam a redução das emissões de gás com efeito de estufa.
Perante a contradição entre as palavras e os actos do executivo de Emmanuel Macron,as grandes associações ambientalistas decidiram boicotar a cimeira do G7 em Biarritz, para protestar também contra a sua marginalização.
Em declarações à RFI, Samuel Leré, porta-voz da Fundação Hulot, organização não-governamental criada pelo antigo ministro francês da Transição Ecológica, Nicolas Hulot, criticou a gestão política do Presidente Macron e do seu executivo, no que toca às questões ecológicas, bem como justificou o boicote das ONGs (Fundação Hulot, Greenpeace,Word Wide Fund e outras) ao encontro do G7, em Biarritz.
Samuel Leré Fundação Hulot 23 08 2019
Na altura em que começa o G7, muitas questões já estão programadas. As renuiões de preparação não têm lugar só na véspera, elas decorrem duante vários meses.
E efectivamente o que nós constamos com o G7, é que não houve encontros com as associações. Não tiveram lugar discussões, nem uma construção paralela colectiva para a preparação do G7.
Com Emmanuel Macron e a maioria governamental, entre o que eles dizem, com o qual não podemos senão estar de acordo, e o que eles fazem, há uma grande diferença. O último exemplo disso é o discurso de política geral do Primeiro-ministro, que coloca a ecologia em primeiro plano, mas logo a seguir assistimos a ratificação do CETA, acordo comercial com o Canadá.
Vemos muito bem que, entre o que propagam os discursos do executivo e o que é feito com os votos, existe uma enorme diferença"
Samuel Leré(Fundação Hulot)
Os incêndios que têm devastado a Amazónia e demais questões ligadas ao aquecimento climático serão debatidos durante a cimeira do G7, que abordará igualmente assuntos como o acréscimo das desigualdades no mundo e a paz no Médio-Oriente, região afectada nos últimos meses pela escalada da tensão entre o Irão e os Estados Unidos.
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