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Política/Síria

Queda de califado em Baghouz

As forças curdas sírias aliadas à coligação internacional anunciaram no sábado, o fim da batalha de Baghouz contra o Daech e consequentemente a queda do último reduto do grupo jiadista na Síria. Segundo Mustefa Bali, porta-voz das Forças Democráticas Sírias, os jiadistas do autodenominado Estado Islâmico foram completamente derrotados,tendo perdido o controlo da localidade síria de Baghouz. Os governos ocidentais saudaram a derrota dos jiadistas.

A bandeira das FDS hasteada num edifício danificado na aldeia de Baghouz,na Síria, reconquistada ao Estado Islâmico no dia 23 de Março  de 2019.
A bandeira das FDS hasteada num edifício danificado na aldeia de Baghouz,na Síria, reconquistada ao Estado Islâmico no dia 23 de Março de 2019. REUTERS/Stringer
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As Forças Democráticas Sírias, dominadas por combatentes curdos sírios anunciaram o fim vitorioso da ofensiva,contra os jiadistas do autodenominado Estados Islâmico, iniciada em Setembro de 2018.

Segundo o porta-voz das FDS, Mustefa Bali, os jiadistas do Daech foram totalmente eliminados de Baghouz, último reduto controlado pelo califado, no leste da Síria.

Os combatentes curdos sírios apoiados pelos Estados Unidos e os seus aliados, hastearam a sua bandeira em Baghouz, para celebrar o  triunfo sobre os jiadistas de várias nacionalidades que resistiram na última batalha pela sobrevivência territorial do califado, fundado em meados de 2014 pelo iraquiano Abu Bakr al-Baghdadi,e cujos bastiões eram as cidades de Mossul no Iraque e Raqa na Síria.

Os cerca de cinco anos de luta contra o grupo jiadista Daech, tido como um dos mais brutais da história moderna do islamismo radical resultaram na destruição de várias cidades milenárias e em milhões de deslocados e refugiados.

Com a derrota do Daech em Baghouz e o fim do califado territorial, segundo Mazloum Kobane, comandante das Forças Democráticas Sírias,começa agora uma nova fase da luta anti-Estado Islâmico.

Kobane solicitou a ajuda da coligação internacional para neutralizar as células de jiadistas clandestinos que se misturaram as populações dos territórios, em que o grupo Estado Islâmico operava, de forma a escapar a rendição, uma vez terminados os combates.

Reagindo a derrota dos jiadistas, o Presidente francês Emmanuel Macron, considerou que uma ameaça significativa contra a França foi eliminada.

Em Londres, a Primeira-ministra britânica, Theresa May, realçou que a queda do último baluarte dos jiadistas no leste da Síria é um marco histórico.

May, elogiou igualmente a participação das forças especiais britânicas na longa batalha de Baghouz.

Além de jiadistas iraquianos e sírios, o Daech tinha nas suas fileiras uma legião estrangeira formada por tunisinos,marroquinos, franceses,britânicos,chechenos e outras nacionalidades.

De acordo com uma avaliação dos Estados Unidos, o grupo Estado Islâmico dispunha de uma força militar de cerca de 40.000 combatentes.

A derrota dos jiadistas em Baghouz resultou também na evacuação, das ruínas da localidade síria, de mais de 60.000 pessoas, entre as quais ex-jiadistas e 25.000 crianças em idade escolar.

Segundo John Spencer, investigador do Modern War Institute ( Instituto da Guerra Moderna) de West Point, nos Estados Unidos, embora o califado tenha sido geograficamente destruído, não significa que o grupo Estado Islâmico foi derrotado do ponto de vista ideológico.

 

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