Colômbia: candidato de direita deseja modificação de acordos de paz

Candidato da direita à eleição presidencial da Colômbia, declarou após ter sido apurado neste domingo para a segunda volta do escrutínio que decorrerá em 17 de Junho, que não tenciona anular o Acordo do paz assinado com as FARC. Trata-se da primeira vez na história da Colômbia que a segunda volta é disputada entre um candidato da direita e um da esquerda.

Ivan Duque (à direita),candidato da direita e o seu mentor, o ex-Presidente Álvaro Uribe Vélez. Maio de 2018 REUTERS/Henry Romero

Duque, cujo mentor é o antigo presidente Álvaro Uribe, oposto aos acordos de paz assinados com as FARC, enfrentará Gustavo Petro, ex-guerrilheiro e candidato da esquerda.

Duque suspeito pelos seus opositores de querer anular os acordos de paz, desmentiu tencionar anular o documento assinado com as FARC.

Apadrinhado por Álvaro Uribe (presidente da Colômbia entre 2002 e 2010), IVan Duque é suspeito em caso de vitória na eleição presidencial de querer anular o acordo de paz com as FARC.

O seu mentor, Uribe, é desfavorável ao referido acordo, o que levou sectores da sociedade colombiana a duvidar das verdadeiras intenções de Duque considerado como o candidato da direita dura.

Ivan Duque que obteve na primeira volta da eleição 39,1% , contra 25% para Gustavo Petro, tenta tranquilizar os colombianos no respeitante à paz assinada pelo Presidente cessante, Juan Manuel Santos.

Duque declarou que em caso de eleição manterá os acordos de paz assinados com os guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, mas que os altos dirigentes sejam responsabilizados pelos seus actos.

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Ivan Duque 28 05 2018

Nós não tencionamos anular os acordos de paz. O que nós queremos claramente é que a Colômbia da paz , é uma Colômbia em que a paz pode ser alcançada graças à justiça. Pela verdade, a reparação, penas de prisão e a reparação às vítimas .

Nós temos o dever de ser amáveis, grandes e generosos, para com os guerrilheiros de base que optaram pela desmobilização e pela reinserção.

Mas devemos também garantir que os mais altos dirigentes respondam pelos seus actos perante a sociedade, que eles façam reparações às vítimas, que toda a verdade seja esclarecida,que eles assumem as suas responsabilidades, sem o qual a paz não será duradoura.

Isso para que todos os colombianos aceitem as modificações, de forma que um grande acordo seja concluído em nome do futuro do país. ( Ivan Duque)

Candidato do Centro Democrático, partido da direita fundado por Álvaro Uribe contrário ao processo de paz, Ivan Duque deverá convencer os 47% de abstencionistas da primeira volta a deslocarem-se às urnas, para que ele possa confirmar a sua vantagem de 14 pontos sobre Gustavo Petro.

A falta de união dos candidatos de esquerda na primeira volta contribuiu sem dúvida para favorecer Ivan Duque na primeira volta.

De acordo com os analistas locais, Duque poderá beneficiar do apoio de todas as forças conservadoras e  da   direita.

Gustavo Petro, o antigo guerrilheiro do extinto M-19 e ex-Presidente da Câmara de Bogotá com 25% dos votos na primeira volta, não deveria efectuar alianças.

Petro sublinhou as diferenças de visão no que toca a sociedade colombiana.

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Gustavo Petro 25 05 2018

Nós não pensamos todos de maneira idêntica. Existem visões diferentes da sociedade e do Estado. E eu acho isso interessante. Nós somos diferentes e a nossa diversidade é a nossa maior riqueza. (Gustavo Petro)

Segundo observadores a aliança da direita, na segunda volta a decorrer no dia 17 de Junho, é essencialmente motivada pelo receio de vir a ter na Colômbia um governo chavista, que no seu dizer porá em causa o direito à propriedade privada.