Presidente de Madagáscar exclui demissão
Hery Rajaonarimampianina, presidente de Madagáscar, descarta por completo demitir-se. Para ele a contestação ao seu poder é um golpe de Estado, afirmando-se, porém, apto ao diálogo. Pelo menos duas pessoas já morreram à margem dos protestos.
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Numa entrevista a Laetitia Bezain, da rfi, bem como à AFP e ao jornal Le Monde, aqui com tradução de Miguel Martins, o presidente de Madagáscar toma posição sobre a crise política em curso.
"Sou presidente por vontade do povo malgaxe. Demitir-se seria trair essa vontade do povo malgaxe.
Nos protestos houve um ferido ou uma ferida com uma munição de caça.
Será que os militares utilizam este tipo de armamento ?
Quer-se é atribuir ao Estado uma responsabilidade que lhe é alheia.
Este movimento é pura e simplesmente um golpe de Estado, e isso não tem nada a ver com qualquer medo de ser derrubado.
Quanto a Andry Rajoel ou a Marc Ravalomanane não tenho nada contra qualquer candidatura de um ou de outro.
Se as disposições legais lhes permitem candidatar-se não há nenhum problema.
Aliás não compete a nenhum presidente em exercício escolher este ou aquele candidato ou ainda impedir este ou aquele de se candidatar.
Estranho é eles participarem nesta contestação: se se é candidato isso faz-se através de eleições e não através de manifestações de rua."
De há 10 dias a esta parte a capital de Madagáscar tem sido palco de protestos da oposição.
Em causa está a contestação às novas leis eleitorais que já degeneraram a 21 de Abril com registo de dois mortos.
A 25 de Abril os deputados da oposição levaram perante o Alto Tribunal Constitucional um pedido de destituição do chefe de Estado.
O presidente alega ter-se avistado já com embaixadores acreditados em Antananarivo para lhes explicar o seu posicionamento nesta crise.
Hery Rajoanarimanpianina apelou ainda aos sectores que o contestam para que o assunto possa ser debatido em torno de uma mesa.
A SADC, Comunidade para o desenvolvimento da África austral, reunida na semana passada na capital angolana, anunciou a nomeação de Joaquim Chissano, antigo presidente moçambicano, como enviado especial para Madagáscar.
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